A GenZ é composta por pessoas nascidas entre 1997 e 2009. Essa geração, composta por jovens, é marcada pela criatividade e inovação, conectividade tecnológica e mentalidade empreendedora. Apesar de possuírem diversos pontos positivos, no mercado de trabalho ela enfrenta um problema: dependência excessiva da tecnologia, baixa tolerância à frustração e falta de comprometimento. Mas será que é isso mesmo?
Por serem nativos digitais, essas pessoas não conhecem um mundo onde não há disponibilidade de informações rápidas e acessíveis em rede, sendo uma geração muito bem informada. Por outro lado, alguns traços dessa geração podem trazer algumas dificuldades no mundo corporativo, como a necessidade constante de feedbacks e mudanças para manter a motivação. É uma geração que não tem medo de correr riscos, inclusive em relação à mudança de emprego quando necessário. Eles valorizam a independência e a flexibilidade no trabalho, isso exige que organizações e líderes estejam abertos a modelos de trabalho diferentes e encontrem formas de equilibrar autonomia com orientação e direcionamento do trabalho.
Nem tudo é negativo! Por serem altamente tecnológicos, estão acostumados a utilizar diversos dispositivos, tendo um perfil “multitarefa”, desempenhando diversas atividades simultaneamente, o que exige de líderes que desenvolvam estratégias de gestão de tempo com o colaborador para manter o foco nas tarefas principais.
Essas pessoas, principalmente na faixa de 20-22 anos de idade, concluíram seus estudos e ingressaram na vida adulta durante a pandemia, o que afetou a educação desses jovens. Esse fator é somado ao ambiente de negócios em rápida mudança para atender às preocupações climáticas, tecnológicas e econômicas. Estima-se que até 2030, essa geração representará um terço da força de trabalho mundial.
Para os empregadores, é importante saber o que os especialistas dizem sobre os obstáculos que a Geração Z tem enfrentado nos últimos anos, sem algumas habilidades críticas, muitas vezes invisíveis, para interagir com colegas e lidar com a vida profissional. Essa situação pode levar à frustração e esgotamento, para o colaborador, líderes e colegas. A maioria das lacunas dessa geração tem relação com soft skills, a capacidade de conversar, fazer contato visual, apertar as mãos ou de compartilhar uma refeição em uma mesa com várias pessoas.
Depois da formação, muitos membros da GenZ tiveram pouquíssima experiência de trabalho no escritório, eles viram suas rotinas diárias serem alteradas durante seus principais anos de desenvolvimento, logo permanecer tanto tempo em casa os privou da chance de solucionar problemas na prática e de trabalhar em equipe em tempo real. Isso atrapalhou o desenvolvimento de atividades de autodefesa, o que exige que eles precisem de mais tempo, estrutura e suporte para desenvolver estratégias de fluxo de trabalho, comenta Kaye Monk-Morgan, CEO do Kansas Leadership Center, que trabalha com estudantes universitários há mais de 25 anos.
É importante pedir aos funcionários mais experientes que acompanhem recém-chegados em procedimentos importantes, conforme forem se adaptando, os veteranos devem orientá-los, para que possam gerenciar as expectativas e os sentimentos de incerteza, os incentivando a sinalizar quando precisarem de apoio e ajuda.
Toda geração teve que superar algo difícil, a Geração X foi chamada de preguiçosa e os Millennials de difíceis, o que pode ser facilmente explicado: a grande parte dessas características advém do simples fato de que possuem apenas 21 ou 22 anos. Monk-Morgan sugere reformular as habilidades perdidas desta geração como uma oportunidade de reexaminar as políticas de gerenciamento e os procedimentos de treinamento para beneficiar a todos. As regras que essa geração conhecia deixaram de valer na realidade atual, agora eles não sabem como se virar. É preciso que colegas mais experientes e líderes prestem ajuda e passem a orientá-los, além de aprender com eles ao longo do caminho.